O que é AVC? Quais os tipos, fatores de risco, sintomas e tratamentos

O Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como Acidente Vascular Encefálico (AVE) ou Derrame ocorre quando os vasos do cérebro se entopem, interrompendo ou reduzindo muito o fluxo sanguíneo da região, deixando as células sem oxigênio e nutrientes. Ou eles se rompem, causando uma hemorragia cerebral.

No Brasil o AVC é considerado a doença que mais mata, e no mundo a que mais causa incapacidade, cerca de 70% das pessoas que tiveram AVC não retornam ao trabalho, e 50% ficam dependentes de outras pessoas nas tarefas do dia a dia. A OMS considera que 1 a cada 4 pessoas terá um AVC em algum momento de sua vida. Por isso é importante saber identificar e prevenir o AVC, Quanto mais rápido for o diagnóstico e o tratamento do AVC, maiores são as chances de recuperação completa.

Tipos de AVC

Existem dois tipos de AVC, que ocorrem por motivos diferentes:

  • Ataque Isquêmico Transitório;
  • AVC hemorrágico;
  • AVC isquêmico.

Ataque Isquêmico Transitório

No Ataque Isquêmico Transitório (AIT) ocorre algo semelhante ao AVC Isquêmico, porém a isquemia consegue ser revertida naturalmente antes de lesionar as células cerebrais. Os sintomas desaparecem depois de minutos ou horas do surgimento, até 24h (após esse período é considerado como AVC). Ele é um fator de risco para o surgimento de um AVC, e deve ser tratado e acompanhado por médicos.

AVC Isquêmico

O AVC Isquêmico (AVCI) ocorre quando há obstrução ou a redução brusca do fluxo de sangue de um vaso cerebral, dificultando a passagem de sangue e nutrientes para as células do cérebro, que acabam morrendo. É o tipo de AVC mais comum representando cerca de 85% de todos os casos.

O que causa um AVCI?

  • Aterosclerose: É o acúmulo de gordura ou outras substâncias no interior dos vasos sanguíneos, levando a diminuição do diâmetro da artéria, dificultando ou obstruindo a passagem do sangue;
  • Formação de trombos (trombose): Coágulos de sangue, que ficam na parede do vaso, e dificultam a passagem do sangue;
  • Embolia: Quando os trombos se desprendem da parede do vaso e ficam em circulação, e encontram um vaso menor que seu diâmetro causando sua obstrução;
  • Insuficiência cardíaca;
  • Infarto agudo do miocárdio;
  • Endocardite, inflamação na parede do coração;
  • Doenças das válvulas cardíacas, como prolapso da válvula mitral ou estenose de uma válvula cardíaca;
  • Uso de anticoncepcional oral;
  • Arritmias cardíacas, como fibrilação atrial.

AVC Hemorrágico

O AVC Hemorrágico (AVCH) ocorre quando há o rompimento de um vaso sanguíneo ou artéria, causando um sangramento na região, que pode ser no próprio cérebro (AVCH intraparenquimatoso) ou na superfície do cérebro, Meninges (AVCH Subaracnóideo). Além de interromper o fluxo sanguíneo do vaso rompido, o sangue em contato com o cérebro causa uma grande inflamação, piorando o quadro. Ele ocorre em 15% dos casos, porém ela causa a morte mais frequentemente que o AVCI.

O que causa um AVCH?

  • Pressão Alta (Hipertensão Arterial);
  • Angiopatia amiloide cerebral (uma doença degenerativa dos vasos sanguíneos);
  • Má Formação dos vasos sanguíneos;
  • Aneurismas;
  • Vasculite (inflamação dos vasos sanguíneos);
  • Ferimentos na cabeça ou no pescoço que resultam em danos aos vasos sanguíneos na cabeça ou no pescoço.

Fatores de risco para desenvolver um AVC

Existem diversos fatores que podem aumentar a chance de se ter um AVC, desses fatores temos alguns que podemos modificar, que são relacionados com os hábitos de vida. E outros que não podemos modificar, pois estão envolvidos com nossa idade e genética.

Fatores Modificáveis:

  • Pressão Alta
  • Diabetes;
  • Colesterol alto;
  • Sobrepeso;
  • Obesidade;
  • Tabagismo;
  • Uso excessivo de álcool;
  • Sedentarismo;
  • Já ter tido um AIT ou AVC;
  • Uso de drogas.

Fatores Não Modificáveis:

  • Idade avançada;
  • Histórico familiar;
  • Predisposição genética;
  • Doenças congênitas;
  • Ser do sexo masculino.

Como Prevenir o AVC?

Para prevenir o AVC você deve identificar e alterar os fatores de risco modificáveis. Mesmo assim você pode ter um AVC, cerca de 80% dos casos de AVC poderiam ser prevenidos com a mudança de hábitos de vida.

Quais os sintomas e como começa um AVC?

O corpo dá alguns sinais de que está tendo um AVC, reconhecê-los de forma rápida ajuda no tratamento e na diminuição das sequelas. Para identificar rapidamente vamos usar a sigla SAMU.

S – Sorriso: Peça para a pessoa sorrir, se o sorriso ficou torto (só um lado mexeu) é sinal de atenção.

A – Abraço: Peça para a pessoa abrir os braços como se fosse abraçar, observe se os dois braços se levantem de forma igual. Caso um dos braços não se eleve completamente é sinal de atenção.

M – Música: Peça a pessoa cantar uma música ou repetir uma frase, caso ela não consiga cantar ou repetir, ou a fala fique arrastada é sinal de atenção.

U – Urgência: Se a pessoa apresentar um ou mais desses sintomas é hora de chamar a urgência para iniciar o tratamento rápido. Ser rápido nesse momento ajuda a vida da pessoa e também diminui o risco de sequelas.

Outros sintomas de alerta são:

  • fraqueza de um lado do corpo
  • formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo;
    confusão mental;
  • alteração da fala ou compreensão;
  • alteração na visão (em um ou ambos os olhos);
  • alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar;
  • dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.
  • Instabilidade, vertigem súbita intensa e desequilíbrio associado a náuseas ou vômitos

Vale lembrar, que os sintomas dependem da área e do tamanho da lesão causada pelo AVC.

Diagnóstico do AVC

O diagnóstico rápido e eficaz é fundamental desde o início dos sintomas do AVC.
Primeiros Socorros

A primeira identificação do AVC é observar os sintomas de início súbito, e aplica o teste do SAMU (que falamos acima), se pelo menos 1 deles for positivo chamar mais rápido possível a emergência.

Diagnóstico

Assim que o paciente chega ao hospital, a equipe da emergência vai colher os sinais vitais (pressão, temperatura, glicemia), identificar o horário do início dos sintomas, e preparar a pessoa para realização se exames e aplicação de medicamentos e oxigênio (se necessário).

Os exames que podem ajudar no diagnóstico são:

  • Tomografia Computadorizada, para ver área e a extensão da lesão;
  • Ressonância Magnética, para ver área e a extensão da lesão;
  • Angiografia, para verificar os vasos sanguíneos
  • Ultrassonografia, para verificar os vasos sanguíneos;
  • Ecocardiograma, para verificar o coração.

Tratamento e reabilitação do AVC

O tratamento é dividido entre a fase emergencial no hospital e a reabilitação.

Tratamento Hospitalar

Ao chegar no hospital o paciente é determinado qual tipo de AVC apresenta e realizado o tratamento de emergência. Quanto mais rápido for iniciado, maiores as chances de salvar os neurônios que estão em sofrimento, o que diminui muito ou até evita as sequelas do AVC.

Caso tempo de surgimento seja menor que 4 horas, e não tiver presença de hemorragia, pode-se tentar desobstruir os vasos através de medicações. Se no exame de imagem aparecer um trombo pode ser realizada a retirada dele através do cateterismo, que pode ser feito até 8 horas depois do início dos sintomas. Se não forem observados trombos nas imagens e os sintomas começaram há mais de 4 horas é realizado o tratamento clínico, para diminuir os danos e prevenir novos AVCs. O paciente com AVC é acompanhado no UTI para ser observado e monitorado evitando novas lesões.

Se ocorrer um AVCH o tratamento cirúrgico pode ser necessário para conter a hemorragia e evitar as complicações da presença do sangue no cérebro, como drenar o local, até tirar parte da calota craniada para aliviar a pressão causada pelo edema cerebral. Depois de tudo estabilizado, o tratamento é baseado na prevenção de um novo AVC e na recuperação das funções afetadas.

Tratamento Medicamentoso

O Tratamento medicamentoso para o AVC deve ser realizado com prescrição médica, com objetivo de evitar futuras complicações, como as doenças cardiovasculares, também para prevenir a ocorrência de novos AVCs. Nunca se automedique, isso pode piorar o seu caso, e não deixe de tomar uma medicação sem antes consultar o seu médico.

Reabilitação

Após a lesão ocorrida pelo AVC é necessário iniciar o mais cedo possível a reabilitação, pois áreas do cérebro afetadas podem se recuperar recebendo os estímulos certos, ajudando o paciente a retomar suas atividades diárias e as funções comprometidas.
O indicado é iniciar o tratamento de reabilitação ainda no hospital enquanto o paciente está na fase AGUDA, e continuar enquanto se evolui com a fase CRÔNICA. Para se ter uma melhor recuperação e qualidade o acompanhamento por uma equipe multidisciplinar se faz necessário. A equipe pode ser composta por Fisioterapeutas, Médicos, Psicólogos, Terapeutas Ocupacionais, Fonoaudiólogos, Nutricionistas e outros profissionais, além da família e do próprio paciente.

Psicologia

Os Psicólogos vão ajudar o paciente e a família a passar pelas fases do luto, entendendo melhor tudo que se passou. Vão ajudar com questões relacionadas à depressão e ansiedade. Além disso, os neuropsicólogos vão realizar estímulos cognitivos para ajudar a neuroplasticidade, prevenir e tratar distúrbios de memória, atenção, concentração etc.

Fonoaudiologia

Os Fonoaudiólogos ajudam o paciente em questões de linguagem e em relação a deglutição. O AVC pode atingir áreas relacionadas a linguagem fazendo com que o paciente não consiga se expressar ou compreender o que é falado, e através de exercícios, técnicas e materiais os profissionais trazem maior independência para os pacientes. Já a deglutição é afetada quando a área responsável por essa função é acometida, podendo haver engasgos ou até pneumonias aspirativas (quando o alimento vai para o pulmão ao invés do estômago), os fonos orientam e tratam a disfagia.

Fisioterapia

Os Fisioterapeutas ajudam o paciente nas questões relacionadas com a parte motora, como a controlar o tronco, movimentar o braço ou a perna, ficar em pé, ter equilíbrio, andar, diminuir as dores, ser mais independente e ter mais qualidade de vida. A área da fisioterapia que trabalha com as pessoas que tiveram o AVC é a Fisioterapia Neurofuncional, os profissionais dessa área estudam formas de ajudar em todos os quesitos as pessoas que tiveram AVC trazendo sempre maior independência e qualidade de vida.

Essa é a missão da Balance Fisioterapia, com nossas fisioterapeutas especializadas te ajudar nessa jornada de reabilitação a reconquistar seus movimentos, te deixar mais ativo e alcançar seus sonhos.

Facebook
Twitter
LinkedIn

Artigos Relacionados

Fale com um de nossos especilistas e faça sua avaliação!